O café, uma infusão misteriosa e elegante, era a bebida dominante que representava com perfeição dos valores da era da razão no século 18. A "idade do café" foi aquela que envolveu historicamente as mais inovadoras formas de sociabilidade.
Os estabelecimentos que surgiram para servir café tinham características nitidamente diferentes das tavernas que vendiam bebidas alcoólicas, e tornaram-se centros de permutas comerciais, políticas e intelectuais. O café ajudava a clareza do pensamento, o que o transformava na bebida ideal para cientistas, homens de negócios e filósofos. Discussões em cafés públicos, levaram à fundação de sociedades científicas, jornais e instituições financeiras.
A indústria de seguros inglesa foi fundada num desses cafés, o Lloyd’s. Os cafés eram espaços públicos, ainda dominados pelos homens, mas possuídos de excepcional igualitarismo. Nenhuma classe era segregada: todos se sentavam na mesma e longa mesa ou apoiados em grandes balcões. Proporcionando assim, um terreno fértil para o pensamento revolucionário.
Os cafés públicos/de balcão (A foto acima é datada de 1957, centro de São Paulo), propiciavam o debate e a difusão de novas idéias. Eram esses os locais procurados por quem desejava saber das novidades políticas, comerciais e culturais. Formando assim, uma ágil rede de comunicação – a Internet primitiva.
Parte extraída do livro, "História do Mundo em 6 Copos" . Ed. Zahar