O espresso Perfeito

Na Itália há uma frase muito comum no segmento de café que diz serem necessários “4M’s” para se tirar um bom café “espresso”:

Primeiro M: Miscela (Grãos do café): Usar um bom café é indispensável. Deve ser um café de grãos 100% arábica, de origem conhecida e controlada, sem impurezas, adquirido de um fornecedor, que prime pela qualidade desde o plantio até a entrega. Eu tenho gostado muito do Orféu.

Segundo M: Macinazione (Moinho): Um bom moinho, devidamente regulado em função do clima e do café que está sendo utilizado é outro item importante para um bom resultado. O Café Sorelle do Botafogo Praia Shopping usa o moinho Mahlkonig...tecnologia de ponta em moinhos – é digital!

Terceiro M: Macchina (Máquina): Sem dúvida nenhuma, uma boa máquina de “espresso” faz toda a diferença. Sem sobras de dúvidas a melhor hoje disponível no mercado são as La Marzocco. De um ano pra cá, já existem algumas em uso no Rio (café Sorelle, Payard e Grão a Grão, Suplicy, Octavio e Oscar. Estes 3 últimos, em São Paulo).

Quarto M: Mano (Mão): Os 3 primeiros “M’s” sem as mãos de pessoas devidamente treinadas de nada adiantarão. Parece fácil, mas para tirar um bom café é necessário manejar bem a máquina e o moinho. Esta mão, é a do BARISTA...Entretanto, figura rara nas principais redes de cafeterias.

A sinergia destas 4 forças M's reunidas, resultam em um espresso “tigrado”, que vem a ser formado por, espuma uniforme e consistente de cor caramelo e rajado com manchas levemente avermelhadas, isto é, o espresso perfeito, como este da foto acima.

Não custa relembrar...

...por que espresso com "s" e não com "x"?

Alguns dizem que é porque os marketeiros de plantão gostam.

Na verdade, o termo "espresso" vem do ato de espremer (sobre pressão) o café e extrair o seu melhor (vide foto). Erroneamente, associamos o nome da bebida ao fato do café sair rapidamente (25 a 30 segundos de extração).

Eu particularmente, quando vejo espresso grafado com “s”, entendo que aquela cafeteria, há uma preocupação em servir bons cafés, isto é, cafés com a denominação “especiais”. Portanto, uso para designar cafés/cafeterias onde o café é feito “sob medida”.

Mas ficamos combinados assim, independentemente de como você prefira escrever, não abra mão de um café especial tirado com qualidade por um(a) barista.

O mito montanha abaixo!!!

Inicio hoje, uma série de tópicos referentes a uma viagem que fiz em fevereiro . Estive em Lisboa e logo depois, Paris.
Nesta viagem, aproveitei para provar vários cafés e conhecer algumas cafeterias.
Dito isso, vamos ao primeiro post.
O mito que me refiro é o famoso e caríssimo grão Blue Mountain (http://www.bluemountaincoffee.com/), jamaicano, região localizada numa pequena cadeia de montanhas que, vistas de longe, têm tonalidade azul daí o nome.
Muitos conhecedores dão ao Blue Mountain o status de o rei do café. Tive a sorte de degustá-lo pelo módico preço de 3,75 Euros a xicrinha. No Brasil, o Santo Grão Cafeteria/SP vendia em 2005 a xícara por R$7,00!
Deparei-me com o café espresso do Blue Mountain à venda numa cafeteria italianíssima, chamada “ IL CAFFÈ DI ROMA” localizada no Shopping “Armazéns do Chiado” em Lisboa.
Cenário: o grão moído na hora, a cafeteria italiana, a máquina de espresso italiana (La Cimbali, M 28, 4 grupos, semi-automática), o barista italiano e eu! :o) .............perfeito!!!
Dito isso, lá fui eu degustar “o mito” ai na foto, na forma “ristretto” para os íntimos, “curto”, para os demais. Aqui vale uma observação: bebo sempre sem açúcar ou adoçante!
Pois bem, grande decepção!!! Apesar de o espresso estar na temperatura certa, apresentar um creme generoso e consistente. Porém, proporcionou pouca intensidade aromática, sem sabor característico ou marcante, com uma leve presença de notas que lembravam chá preto. Corpo mediano com uma acidez muito moderada deixaram o café muito suave. Portanto, sem o retrogosto inigualável que buscava em um mito!!!